"Fugimos do abismo da vida, e fugimos da vida - embora tal seja uma autentica estupidez. Se fugimos da vida, caminhamos para o abismo; se fugimos do abismo, abraçamos o calor frio da vida. E talvez porque somos humanos, voltamos novamente a perder o comboio, e novamente, e novamente - e assim continuamos, e assim caímos, e assim caem connosco. Perdemos quem amamos, perdemos quem odiamos [ódio este que somente demonstra que tais pessoas fazem parte do nosso espelho de vida].
Perdemo-nos - oh, como o comboio já lá vai!" - J. A.

terça-feira, 31 de março de 2009

(Sem Título?)

Mais uma vez na plataforma,
Espero e enterro os olhos no preto ponteiro dos minutos…
Mais uma vez perdi o comboio,
Mais uma vez perdi a boleia e o ponteiro ri-se de mim,
Assim como o revisor,
E assim como todas as pessoas que se acotovelam já para o próximo comboio…
Mais uma vez perdi a ligação vital,
A ligação que apartava o cinzento dos dias de arranha-céus
Do multicolor dos campos…
Mais uma vez fiquei para trás
(ou me deixei ficar para trás, não sei bem)
Mais uma vez me perdi no tempo…
Falhei no tentar adiar a partida da composição
Mas nem todos os meus esforços foram suficientes para impedir o determinismo do universo
E então enterro, novamente, os olhos no ponteiro dos minutos…
Tempo e entropia,
Duas coisas
(sim, porque são coisas, signos, como qualquer coisa inventada pelo Homem)
Demasiadamente próximos nesta minha plataforma…
Sim, entropia,
Como energia perco o tempo que se degrada
E o não consigo recuperar…
Mas se o recuperasse talvez tivesse conseguido apanhar o comboio…
Oh Deus, Deus,
Dá-me este singelo poder!
Porque há-de ser a entropia dado adquirido na nossa vida?
Mas será entropia de facto, se o universo tal como o conheço já foi [escrito e descrito daqui ao limite de tendência ao infinito?
Não creio que seja, ou não se me assemelha tal coisa, mas à falta de melhor palavra…
Ó Deus Físico, explica-mo, por favor…
Ensina-me e elucida-me
E assim, quiçá,
Da próxima vez apanharei o comboio nesta plataforma de vida…

domingo, 15 de março de 2009

Já agora...III

Falta.

Esta noite eu preciso,
Oh meu Deus, preciso...
Preciso de saudar alguém,
De bater continência,
Preciso de correr,
E saltar,
Por cima da lua,
Por cima dos céus,
De cair no mar
E me afogar,
Mesmo para não me encontrar,
De idolatrar falsos deuses
E sonhar...
Oh, preciso, preciso, preciso...
Esta noite preciso de dizer um amo-te que não seja para a parede,
Preciso de alguém que responda
E preciso,
Oh, preciso,
Que não seja banal nem vazio,
Que tenha emoção,
Que destrone a razão...
Oh, amor sem sentido,
Onde andas nesta noite fria?

segunda-feira, 9 de março de 2009

Amo-te.

E não será apenas essa a questão?
Apenas,
Mais,
Mero assunto irrelevante na mesa de Deus?
E toda esta gente,
Formigas,
Marionetas,
Tambem acabarão sozinhos
(E ressentidos)
As suas vidas?
Ou serei só eu,
Que fiquei no canto,
Quando me atacaram?
(Oh, quantas e quantas vezes me esmurrei
E me quebrei,
Sem esperar por outros para me bater?)
Oh, não foras tu,
Noite que me engoles
E comes
E cospes,
Não foras tu o álcool que me permite sorrir...
Não...
Não voltes mais com falas mansas...
Não,
Por favor...
Tortura, mais, não..
(Bebo mais um gole,
Deslizo canto abaixo,
Ou a dentro,
E apago-me indefinidamente,
Vodka, minha companheira,
Amo-te.)