"Fugimos do abismo da vida, e fugimos da vida - embora tal seja uma autentica estupidez. Se fugimos da vida, caminhamos para o abismo; se fugimos do abismo, abraçamos o calor frio da vida. E talvez porque somos humanos, voltamos novamente a perder o comboio, e novamente, e novamente - e assim continuamos, e assim caímos, e assim caem connosco. Perdemos quem amamos, perdemos quem odiamos [ódio este que somente demonstra que tais pessoas fazem parte do nosso espelho de vida].
Perdemo-nos - oh, como o comboio já lá vai!" - J. A.

quarta-feira, 4 de novembro de 2009

Fim do silêncio.

Espera-se que seja este o fim do silêncio. Depois de muito tempo em que não tive tempo para nada, espero que agora aqui consiga vir com mais frequência. Aqui está o último poema que fiz.


Falávamos,
Em tons quentes como os do céu raiado de laranja.
Falávamos,
E os nossos braços ondulavam pelo ar
Ao sabor do mar revolto de Inverno.
Falávamos,
E o silêncio chegou.
Agarrei-te a mão,
E prendi-me a ela com as últimas forças que tinha.
Disse não,
E beijei-te.
Disse não,
E olhei-te nos olhos.
Olhei-te para o negro do olho,
E desci ao fundo de mim,
Aos pináculos da tempestade.
Caí em baixo, no poço sem fim e,
Quando saí,
Saí de mãos soltas,
Saí uno,
Saí só…
Disseste não e,
Como se um pedal tivesse sido pisado para que,
Depois de o martelo bater na nossa corda,
Ficasse, etéreo e eterno,
O não a pairar no ar.

5 comentários:

Samuel F. Pimenta disse...

E espero que voltes aqui muitas vezes, para eu poder ler tão grande qualidade!

; )

- disse...

Obrigado!

João M. Vargas disse...

Oxalá a inspiração seja só para o início e que o fim não seja uma profecia! Ahahah

- disse...

Ahah, espera-se que não, espera-se que não...x)

cold spoiled bitch disse...

outro dia ouvi cantar "se não te deste a ninguém, magoaste alguém..." faz-me lembrar de ti, assim como mais uma quantidade de frases assim para o giras. E fazes-me achar piada a poesia. E menos do 3, menos... =)

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