"Fugimos do abismo da vida, e fugimos da vida - embora tal seja uma autentica estupidez. Se fugimos da vida, caminhamos para o abismo; se fugimos do abismo, abraçamos o calor frio da vida. E talvez porque somos humanos, voltamos novamente a perder o comboio, e novamente, e novamente - e assim continuamos, e assim caímos, e assim caem connosco. Perdemos quem amamos, perdemos quem odiamos [ódio este que somente demonstra que tais pessoas fazem parte do nosso espelho de vida].
Perdemo-nos - oh, como o comboio já lá vai!" - J. A.

domingo, 20 de dezembro de 2009

O amor acontece

Vendo-te através da frincha,
Se te vejo,
Olho-te, olhando-te,
E o que me cresce do peito, mais que sentimento,
É bradar, é grito, é amar.
E se sai do peito,
Para o ar,
Que saia então,
Saia, sim saia,
E saia também para o mar!
Amar?
Sim, amar,
Pois quanto existe no mundo é para se amar,
Desde a mancha neste tapete,
Às estrelas, ao luar,
E se te prendo,
E se te agarro,
E se com um braço te torneio a cintura,
E te elevo a dançar?
Dancemos pelo quarto vazio,
Junto da cama desfeita,
E elevemo-nos hoje ainda,
Que a vida é perfeita!
Amar?
Sim, amo-te enquanto te vejo a pentear,
E enquanto passeio contigo,
Juntos,
Mesmo sem um olhar.
Amar-te?
Sim, sem dúvida,
Que essa é a minha certeza…
Que seria do meu mundo,
Que seria de tudo,
O que valeria a pena, se não te amasse?
Amo-te e isso basta-me,
E quando olhas para trás,
Pela porta encostada,
E me chamas,
Não posso mais que balbuciar,
Olhando-te no moreno dos olhos, do cabelo,
Que te amo,
Porque tudo,
Tudo,
É te amar.

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